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Aladim ou Alahdjin.


Quem , por exemplo, não se recorda da lenda de Aladim ou Alahdjin, o jina bom, o jina de Alá?

Com efeito: um ser puro, um menino (que meninos se chamam na linguagem iniciática todos os que começam a percorrer o caminho), filho de um sastre (um alfaiate), de um santo homem, vale dizer, conhecedor de shastras, versículos sagrados védicos, acamaradou-se com um feiticeiro. E este tratou de utilizá-lo no projeto de furtar certa lâmpada maravilhosa (a do conhecimento iniciático) escondida nas grutas de longínquas montanhas.

Chegados ao local, depois de penosa viagem, o menino, pela virtude do anel do mago, levanta uma enorme laje branca; e penetra, corajoso, no subterrâneo. E aqui, rodeado de mil prodígios, se vê dentro de um verdadeiro paraíso, referentes a outro menino de Bombaim que também consegue penetrar o mundo dos jinas. Então, o nosso pequeno herói vê o pássaro que fala (como Siegfried, de Wágner, o ouviu e viu, sob a tília), a fonte que jorra ouro e a árvore que canta. Finalmente, furta a lâmpada maravilhosa, que lhe permite conhecer as perversas intenções do feiticeiro a quem deixa encarcerado no subterrâneo, através de astúcia, ao passo que, graças a lâmpada e ao anel, consegue magicamente as maiores riquezas com as quais se possa sonhar neste mundo...

Conto por conto do grande livro, em todos aparecem os nomes jinas, seus jardins encantados, seus tesouros inauditos, e sua perfeita autonomia enedimensional em comparação com o nosso triste cárcere de matéria física e, por isso mesmo, impenetrável para nós, mas perfeitamente penetrável para eles como seres hiperfísicos, motivo por que podem manifestar suas espirituais proteções sobre os justos, que dos justos é tal mundo.

Nosso propósito ao recordar a formosa lenda oriental não vai mais adiante, pois limita-se apenas a sublinhar um dos fatos singulares e inexplicáveis, que sempre precede o verdadeiro amor e que se resume no famoso ditado castelhano: “Do céu calha casamento e mortalha”. Na verdade, ambos dependem por certo do misterioso jogo do destino, que o vulgo chama casualidade...

Por que desconhecida lei orgânica pode iniciar a puberdade, tanto em um como no outro sexo, com sonhos premonitórios, de emotividade inenarrável, como se neles interviessem, vamos assim dizer, fadas e gênios, à feição dos famigerados íncubos e súcubos da literatura eclesiástica medieval? Por que e como, na realidade, o instantâneo dardo de Cupido, o deus doidivanas e cego decide num momento o futuro inteiro dos que foram por ele feridos?

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